segunda-feira, 15 de julho de 2013

Senhor, fazei-me um instrumento de vossa paz!


Aprendendo com São Francisco
Por Marcos Cassiano Dutra

         A oração de São Francisco de Assis popularmente conhecida é um verdadeiro colóquio entre a humanidade e Deus, ao expressar de maneira orante o mais nobre desejo da alma humana – ser um instrumento de paz em todas as circunstâncias da vida, a fim de um dia alcansar a herança eterna como resultado do bem praticado na terra, no mundo.
            Se a vingança e os conflitos, frutos da maldade e do egoísmo, ainda imperam em nosso meio, é por que nos fala a mesma coragem santa de orar como Francisco essa sua prece simples e profunda, na qual o coração da Trindade envolve o coração humano.
            “Onde houver ódio que eu leve o amor”. Só o amor é capaz de reconstruir aquilo que o ódio destruiu. Amar é restaurar o fundamento da paz que se baseia no mútuo respeito entre pessoas que se dá no ato de amar.  
            “Onde houver ofensa que eu leve o perdão”. Só o perdão é capaz de restabelecer a comunhão que a ofensa prejudicou. Perdoar é atitude própria de que se reconhece também um pecador necessitado da Misericórdia Divina. O perdão é o remédio que cura a enfermidade do coração: a mágoa.
            “Onde houver discórdia que eu leve a união”. A unidade é o grande sinal de pertença à comunidade de fé dos discípulos de Jesus. A unidade é elo vital que gera a fraternidade e transforma a realidade.
            “Onde houver dúvida que eu leve a fé”. A fé é o raciocínio religioso que permite ao homem fazer a experiência do sagrado e da religiosidade. Fé é acreditar, mesmo quando se depara com os limites naturais da razão. Fé é confiar, mesmo não vendo aquilo que a crença chama de Deus. Fé é lançar-se no desafio de ser conduzido pelos desígnios da Divina Providência.
            “Onde houver erro que eu leve a verdade”. Sem a verdade que é Cristo, tudo se torna relativo e o mundo perde o seu sentido. É na verdade que se alicerça a paz. Não existe paz onde o erro da mentira se faz presente iludindo e deformando as mentalidades. A paz é fruto da justiça e também da verdade.
            “Onde houver desespero que eu leve a esperança”. A esperança é a força motivadora que anima o ser humano, sem esperança a vida se torna uma experiência angustiante e sem significado. Quem tem esperança tudo alça, por que entende o valor e a importância do ato de viver.
            “Onde houver tristeza que eu leve alegria”. Ser alegre é ser portador da paz. A alegria é o sinal concreto dessa paz que tanto se pede e reza. A alegria é o sorriso que acolhe, é o abraço que afaga, é o olhar que protege, é as mãos que dão carinho, é a vida a serviço da vida.   
            “Onde houver trevas que eu leve a luz”. A luz orienta o caminho de quem está na escuridão, por que ilumina a estrada. A luz clareia as ideias confusas, a luz é sinônimo de prudência e sabedoria. A luz é sinal da presença de Deus. 
            A conclusão franciscana é belíssima: procurar sem mais consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido, amar que se amado e perdoa que ser perdoado, pois a reação depende essencialmente da boa ação e da reta intenção. É preciso antes fazer o bem para que ele possa acontecer, ou seja, semeá-lo para colher seus bons frutos, sendo que o fruto maior é a salvação, é a vida eterna que nasce a partir da pascalidade dos que na morte adormecem na fé para despertarem na porfia celeste

Conversando sobre pedagogia


A educação infantil e a família

A infância é uma das fases mais marcantes e inigualáveis de nossas vidas, e, acima de tudo, importantíssima para o nosso desenvolvimento atual e futuro. Sendo assim a família e os educadores tem um papel fundamental nesse processo.
O ofício do educador é permitir a construção, e transmitir aquilo que ninguém jamais poderá tirar de seus educandos, aguçando neles a criatividade e a imaginação. Na educação infantil é importante enfatizar com os pequenos os valores do respeito, amor e amizade para que desde cedo saibam e tenham consciência.
Ao contrario do que muitos pensam, até mesmo por falta de informação, a educação infantil não se limita apenas a higienização e ações de auto cuidado, ela vai alem desses conceitos. É bastante trabalhado com as crianças para que elas consigam ter autonomia, também a alimentação, higiene, conhecimento do próprio corpo, a linguagem, e além de ampliar suas relações com outras crianças e com os adultos, por isso que as brincadeiras são bastante exploradas assim como o lúdico, tendo sempre em vista o desenvolvimento dos pequenos.
Portanto, é necessário que os pais estejam sempre presentes na vida de seus filhos, para ajudar a escola e os educadores com o seu trabalho, e para dar amor e carinho a seus filhos que precisam dessa devida atenção. A escola educa para a cidadania e a família educa para a vida. Ambas são importantes e devem estar sempre mais em constante relação.

Mayara Galdino
Estudante do curso de Pedagogia na FAC de Santa Bárbara D’ Oeste   


O período das férias


FÉRIAS SAUDÁVEIS

“O repouso serve para a reparação das forças do corpo e também é necessário para dar um pouco mais de liberdade à inteligência, a fim de que se eleve acima da matéria.” 

O que fazer para bem aproveitar as férias? Essa pergunta com certeza atormenta a muitos, os quais pensam que vão ficar longe do colégio e presos em casa.  As férias são um período de descanso que precisa ser bem vivenciado para trazer real benefício físico e mental, a fim de que na volta às aulas e demais atividades do dia-a-dia todos voltem com as “baterias” recarregadas.
Um primeiro ponto muito importante, não só nas férias como no cotidiano em geral, é manter uma boa alimentação. Ingerir frutas, legumes, verduras e fibras é essencial para o bom desempenho da mente e para deixá-la preparada para o início das aulas. Maçã, espinafre, suco de uva, café e pequenas “doses” de chocolate são boas dicas para fortalecer a mente.
Também para ter férias bem vividas pratique exercícios físicos e mentais. Os exercícios físicos como a caminhada ou andar de bicicleta, melhoram nossa disposição e nos deixam mais dispostos para poder “cair” nos livros. E além desses exercícios físicos, também fazer exercícios mentais. Ler um bom livro é uma ótima sugestão.
Incentivo três coisas importantes:
1)       Tirar um tempo para passar com a família. Nada melhor para férias benéficas do que amor de mãe, carinho de avó e um tempo com o paizão. Portanto, tirar um tempo nas férias para programas familiares é uma excelente dica;
2)       Tirar um tempo para trabalhos voluntários. É um exercício de amor simples, e que nos pode ser muito benéfico e gratificante. Recordemo-nos sempre do que nos disse o Senhor Jesus, o doce Rabi da Galiléia: “Há mais felicidade em dar que em receber.” (Atos 20,35);
3)       Tire um tempo para cuidar da espiritualidade. Muitas vezes no corre - corre das aulas e do trabalho a gente acaba se “esquecendo” de Deus. Todavia, em hipótese alguma podemos deixar Deus de lado em nossa vida. Portanto, aproveite suas férias para intensificar suas atividades junto à paróquia e se fortalecer espiritualmente.
Espero ter ajudado a todos, com essas singelas linhas, a aproveitarem melhor as férias. Desde já boas férias a todos os paroquianos!

Nelson C. Neto - Piau – MG
Diretor do Grupo de Estudos Luz Espírita e do Grupo Virtual Falando de Espiritualidade.

Olhando a vida...


Um olhar sobre o ser humano
Por Marcos Cassiano Dutra


Esses dias atrás, ao caminhar pelas ruas em uma tarde, ouvindo músicas ao fone de ouvido em meu celular, comecei a pensar sobre o ser humano e fui observando, ao longo do caminho, as pessoas que eu encontrava. Todas, sem exceção, traziam algo especial no olhar. Dizem que o olhar é a porta da alma; quisera eu descobrir, no olhar das pessoas, aquilo que elas expressavam. Porém não sou Deus para poder adentrar o núcleo da consciência pessoal, então, logo frustrou minha tentativa de descobrir os segredos da alma humana presentes nos olhares.
            
Não me tive por satisfeito. Se a primeira tentativa não deu certo, vamos para o segundo plano: a contemplação. É isso o que fiz, comecei a contemplar as atitudes das pessoas de olhar especial – a mãe acariciando o bebe, crianças brincando, jovens curtindo a vida de maneira saudável, casais enamorados se dando as mãos, senhores e senhoras relembrando os fatos da vida com saudade... Pude notar uma coisa em comum entre todos eles: estavam felizes, alegres, contentes. A fisionomia deles era bela e envolvente. Neles habitava a satisfação de conviver com o outro. Esse era o segredo da alma presente em seus olhares.    
            
Achei tudo isso que vi muito interesse, pois quando hoje se fala tanto do eu, ainda há que acreditam na possibilidade do nós. E não há outra forma de se entender o que é o ser humano, senão pela via dos seus relacionamentos. O homem é um ser de relações. Cortar ou romper esse elo existencial de sua identidade é desfigurá-lo e desumanizá-lo.
             
Um olhar sobre o ser humano é o que falta para a humanidade nessa época. Olhamos para a tecnologia, para o meio ambiente, para a economia, para a política, para a religião e nos esquecemos de que somos nós em nossa atividade humana os protagonistas do desenvolvimento tecnológico, da ecologia, da economia sustentável, da política honesta, da religião coerente...
             
Basta apenas um olhar para enxergar que o tão sonhado mundo novo é possível se houver homens novos, isto é, de seres humanos humanizados e humanizantes.

A violência contra a mulher

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As mulheres e a violência
Por Marcos Cassiano Dutra

         Vítimas de uma sociedade machista e violenta, as mulheres sofrem as graves consequências sociais desse fenômeno social. A vida oprimida do gênero feminino faz aumentar os índices de violência contra a mulher. Não é novidade se deparar com as manchetes no rádio, TV e internet nas quais elas são violentadas em casa, na escola, no trabalho e mesmo nas ruas durante o dia.
            O que dizer as famílias, ou melhor, as mães das mulheres, na maioria jovens moças, vitimadas pela maldade do homem? O utilitarismo para com o gênero feminino não é de hoje, vem de ontem, e suas raízes culturais estão na própria história da humanidade, na qual a mulher é encarada sempre em segundo plano e como mero instrumento sexual ou como uma serviçal no lar.
            Todavia a sexualidade feminina não é produto erótico a ser comprado ou conquistado com galanteios diversos, e a atuação da mulher dentro do lar não é apenas uma função rotineira para alguém excluída do mundo do trabalho. São essas mentalidades deturpadas que deformam a ideia masculina do que vem a ser a mulher e o seu papel na sociedade, e isso começa já na formação que os meninos herdam dos pais machistas.
            Não foi atoa que surgiram os movimentos feministas, como também não foi por acaso que se promulgou a Lei Maria da Penha e se instituiu as delegacias da mulher. São iniciativas populares e políticas que sinalizam algo: o crescente desrespeito ao feminino.
             Uma sociedade que se firma na injustiça, que privilegia o masculino e despreza o feminino, isto é, o marginaliza, está se autocondenando ao fracasso, pois a integração social e o bem comum somente se desenvolvem em ambientes nos quais homens e mulheres, ambos seres humanos, tem seus direitos e deveres salvaguardados.
             Aos homens que lerem esse breve texto eu digo – coloquem a mão na consciência e pensem na importância que a mulher tem em suas vidas, por meio de suas mães, namoradas, esposas, filhas e amigas. As mulheres que lerão esse texto eu exorto – não tenham medo de denunciar agressões, abusos ou qualquer tipo de assédio moral ou sexual. Cumpram com zelo próprio a missão de contribuir para com o progresso da humanidade, amem o dom da maternidade que a natureza as presenteou sendo sinais de carinho e amor e jamais desanimem na luta pela conquista de seus direitos e proteção.

A Jornada Mundial da Juventude com o Papa


A IGREJA E A JUVENTUDE

Desafios, conquistas e exortações

Por Marcos Cassiano Dutra


O clima da alegre expectativa pelo encontro internacional da juventude católica com o Papa Francisco no Rio de Janeiro já toma conta do coração de nossas comunidades paroquiais e dioceses. A JMJ, além de ser um evento religioso, é também um evento de cunho social e político, visto que a fé cristã do jovem não é somente um elemento a ser exercitado no interior de uma paróquia, mas no todo que envolve o mundo, no qual a Igreja está inserida como fermento na massa e sacramento de salvação. Por isso, participar e celebrar a juventude junto à Igreja, na pessoa do Sucessor de Pedro, é escutar com atenção os sinais dos tempos e colocar-se a serviço do Reino de Deus como discípulos e missionários de Jesus Cristo, modelo de vida e virtudes para todo o jovem.
O Documento de Puebla assinala que, “a juventude não é apenas um grupo de idade cronológica. É uma atitude diante da vida, não uma etapa definitiva, mas transitória”. A etapa da juventude, se vivida com compromisso e sabedoria, tem a chance de transformar a sociedade e a história, porém é necessário manter a atenção juvenil á aquilo que é importante para o bom desenvolvimento da jovialidade: a maturidade humana e cristã. Jovens imaturos passam pelo tempo e perdem a oportunidade de contribuir com um mundo melhor, passam pela religião e perdem a oportunidade crescerem no conhecimento da fé, da Igreja e do encontro pessoal com Jesus na comunidade de fé.
O saudoso Papa Paulo VI, na Exortação Apostólica “Evangelii Nuntiandi” assinala que, “as circunstâncias do momento convidam-nos a prestar uma atenção muito especial aos jovens. O seu aumento numérico e a sua crescente presença na sociedade e os problemas que os assediam devem despertar em todos o cuidado de lhes apresentar, com zelo e inteligência, o ideal evangélico, a fim de eles o conhecerem e viverem”. Se o exemplo, isto é, o testemunho de vida de bons cristãos na família, na comunidade e na sociedade é de grande relevância. Sem esse testemunho, fica prejudicada a transmissão dos valores evangélicos à juventude, pois o jovem necessita sempre de referenciais verdadeiros para viver com dignidade sua vocação á vida e a fé cristã no percurso humano do amadurecimento para a vida adulta.
Portanto, cabe aos adultos cristãos a nobre tarefa de transmitir com vivacidade e verdade, o tesouro da fé aos jovens, especialmente os pais, educadores do lar. Vê-se, então, que a jornada da juventude é não só uma missão do Papa com os jovens, mas de toda a Igreja, de todos os cristãos. Jornada que não se reduz a alguns dias de solenes celebrações, mas prolonga-se depois desses dias celebrativos para o cotidiano.
Que a JMJ não termine com a missa de encerramento, não se reduza ao entusiasmo momentâneo, não se restrinja a um evento, e sim continue sempre mais nas atitudes de todos nós, jovens e adultos, cristãos e cristãs, gente de fé, povo de Deus que caminha nos passos do Mestre de Nazaré.  
Boa celebração da Jornada da Juventude a todos!