segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Ética na evangelização

Os desafios dos evangelizadores
Por Marcos Cassiano Dutra


Assim como no mundo do trabalho, a atividade evangelizadora necessita que seus evangelizadores sejam éticos, a fim de que o anúncio do Evangelho seja realmente coerente com as palavras de Jesus e de sua Igreja. Pode-se com certeza afirmar que a evangelização sem uma postura ética é ineficaz e meramente um fenômeno religioso sensacionalista e não-cristão. Cristo deve ser por excelência a referência fundamental como evangelizador ético de toda história da salvação; quem não o tem como exemplo norteador, é tudo, menos um evangelizador. Portanto, Cristo é o centro do anúncio da Boa Notícia por parte dos cristãos, visto que seus gestos, palavras e ações caracterizam o ser e o agir de seus anunciadores, pois Ele é próprio Evangelho, o Reino de Deus. Nele, pessoa e obra é a mesma ação de Deus e sem Ele não há Evangelho.
           
Eis o segredo da evangelização: anunciar Cristo ao mundo, as pessoas. O evangelizador ético jamais anuncia a si mesmo ou ao movimento apostólico do qual é participante, dado que não está preocupado em se auto-promover como um “pop-star” da fé. Sua preocupação é fazer a mensagem cristã difundir-se na realidade e tornar Jesus mais conhecido e amado por todos. Isso exige responsabilidade. Ser evangelizador não é uma tarefa corriqueira e fácil, ela requer generosidade e compromisso. Quem não é generoso e compromissado, ainda não está apto para evangelizar.
           
 São várias as formas de evangelização, destaquem-se de forma especial os meios de comunicação social como a imprensa escrita, o rádio, a televisão, a internet e as novas tecnologias digitais. Todas constituem um vasto campo de missão evangelizadora oportuno, válido e interessante, porém eles devem ser utilizados da melhor forma possível, porque requerem de cada evangelizador tempo, estudo e aprimoramento. Em matéria de evangelização nas mídias, vale-se lembrar o provérbio que diz: “viva o que se prega e pregue o que se vive”. É triste e lamentável um evangelizador que faz belos discursos, entretanto sua vida é uma grande contradição. O evangelizador midiático torna-se uma pessoa pública e como tal deve zelar para que sua vida se relacione profundamente com as Bem-Aventuranças. Sábia a frase latina que diz – “christianus alter christus”, o cristão é outro cristo, quer na mídia ou fora dela.
           
O evangelizador ético não faz apologia ao fanatismo religioso, pelo contrário, é esclarecido e prudente. Busca ser assertivo e conhecedor da Palavra de Deus e da palavra do Magistério da Igreja, por isso não demoniza o mundo, nem condena com severidade as pessoas, antes quer usufruir do remédio da misericórdia e contribuir com sua fala religiosa na construção de um mundo melhor, encorajando os homens e mulheres de boa vontade na edificação de uma sociedade embasada em valores éticos, morais, cívicos e cristãos. O evangelizador ético não é preconceituoso, respeita as diferentes culturas, porque entende que o Evangelho também se incultura. É motivador do ecumenismo e do diálogo inter-religioso, pois reconhece que a paz mundial é fruto do respeito mútuo entres as religiões.
             
Em suma, o evangelizador ético nunca se esquece de que o talento da comunicação que ele tem é um dom gratuito dado por Deus e que não está a serviço de qualquer um, mas sim do maior comunicador de todos os tempos: Jesus de Nazaré, o Filho de Deus.

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