Globalização das consciências
O desafio de romper com a
alienação
Por Marcos Cassiano Dutra
Na era da tecnologia e do mundo digital, o desafio é utilizar ambos os
meios para conscientizar. Mas o que é conscientização? Conscientação é tomar o
conhecimento de algo ou situação. Nesse aspecto, ser conscientizado é um dos
primeiros passos para aquilo que o filósofo Kant chama de maioridade, ou seja,
de autonomia. Não se entenda autonomia como via libertadora para o egoísmo. Ser
autônomo aqui é não ser manipulado, alienado, utilizado, enganado.
A sociedade que cultua o capital carece de consciências autônomas,
capazes de emitir uma opinião plausível sobre as mais diversas problemáticas
humanas e sociais. O mercado financeiro e a educação bancário-tecnicista
estimulam o consumo e a mão-de-obra industrial, ao passo que o discurso
religioso utilitarista constroe fiéis fundamentalistas e alheios ao mundo
contemporâneo.
Globaliza-se de tudo: ações milionárias, teorias econômicas, conceitos e
produtos tecnológicos, demagogias religiosas e falaciosos índices de
desenvolvimento educacional; todavia não se globaliza a consciência, porquê?
O papel social da consciência e fruto do agir social. Um dos clássicos da
sociologia já afirma – “Não é a consciência do homem que determina seu ser
social, pelo contrário é o ser social quem determina sua consciência”.
Portanto, o hábito, que é parte do ser social, é o ponto-chave por meio do qual
se alcança a consciência. Sem mudança de hábito é impossível a mudança de
mentalidade.
O hábito está relacionado aos vícios, ou seja, as manias, ao cotidiano,
ao comodismo. Mudar de hábito é um processo, que não é por acaso, é realidade, é
oportunidade de um amanhã diferente. Já que o hoje depende daquilo que nele se
faz.
A globalização das consciências exige mudança de hábitos, de mentalidade
para atitudes diferentes do hoje na história. Quais são os hábitos que o
consumismo e o utilitarismo incutiram nas consciências e que necessitam serem
mudados?
O homem é ser humano por que é dotado de liberdade e consciência para o
exercício de suas faculdades humanas. Não se torna humano por que pode consumir
simplesmente. Torna-se humano, isto é, se humaniza, por que é capaz de
raciocinar (pensar) e atuar (agir).