quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O utilitarismo religioso


Fetichismo religioso
O comércio da fé
Por Marcos Cassiano Dutra

Cada vez mais se torna comum ouvir discursos religiosos dentro das religiões, em especial o Cristianismo, mais precisamente no Catolicismo. É vergonhoso reconhecer o despreparo intelectual e o desprezo teológico de sacerdotes que pregam não a teologia católica e sim o pentecostalismo e a dita “teologia” da prosperidade.
Óleo, sal, sabonetes e até mesmo lista de dívidas nas finanças utilizadas como meio ridículo para atrair fiéis as “missas de cura e libertação”. As simpatias da fé são variadas e as promessas de sucesso nos milagres instantâneos também. De igrejas, as paróquias tornam-se um mercado onde acontece o pior dos comércios – o comércio da fé.
O fetichismo religioso migrou das igrejas evangélicas para o interior da Igreja Católica no Brasil, por meio da “espiritualidade carismática” de movimentos eclesiais cuja índole teológica é dúbia, duvidosa e cismática em muitos casos, com o advento das novas comunidades de vida consagrada, que por natureza são um fenômeno de vida ambígua, por não se sabe se são leigos ou clérigos, religiosos ou fiéis, católicos ou pentecostais...
Tudo isso é o efeito nocivo de uma causa elementar – a inoperância do episcopado frente a esses tipos de fenômenos religiosos. A omissão eclesiástica, que de certa forma parece compactuar e dar estatuto a essas iniciativas, ao longo de décadas atrás e no presente, tornou-se longo prazo o fator determinante para o surgimento desse equívoco na pastoral da Igreja brasileira junto ao povo de Deus.
O que virá depois do fetichismo religioso? Todo fenômeno é epocal por sua própria natureza efêmera. Todavia deixam na história suas conseqüências. Que frutos o comércio da fé deixará para o amanhã dos católicos?
Estudiosos da sociologia e da história, afirmam que a humanidade está não tanto em uma época de mudanças, mas numa mudança de época. A religião, como expressão cultural e social, também sofre tal influência. Qual será o futuro do Catolicismo?
Outrora se vendiam indulgências, hoje se vendem milagres...      
             

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