Catequese sobre a Igreja
Contemplando a eclesiologia
Por Marcos Cassiano Dutra
Jesus Cristo, ao instituir sua
Igreja na comunidade de seus discípulos, formados e designados por ele como
Apóstolos, quis erigir algo sagrado que, de maneira visível, inserido na
realidade temporal, cooperasse pastoralmente para a salvação de todos os filhos
de Deus. Por isso mesmo a Igreja é denominada de sacramento de salvação no
mundo, age em nome de Deus, em prol de seu reino, na incumbência de ser
instrumento salvador do gênero humano.
Essa sacralidade invisível da
Igreja se faz presente em seus rituais, os quais expressam a natureza do
sagrado por meio de símbolos, sinais sensíveis, cantos, palavras... A liturgia
é considerada como sendo o âmago da piedade e religiosidade cristã. É pela
liturgia que se celebram os mistérios da fé em Cristo, dentre eles o maior de
todos: o memorial da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus, a Santa
Missa.
A Igreja é constituída de uma
hierarquia de comunhão, formada pelos Bispos em íntima união com o Papa, na
autoridade que lhes cabe como Sagrados Pastores da Grei do Senhor no ofício
ministerial ordenado de ensinar, reger e santificar, do qual participam também
os sacerdotes. A Igreja é também missionária, seu ser é a comunhão e seu agir a
missão, desta missão participam os Diáconos, encarregados da caridade pastoral
eclesial, bem como os religiosos e religiosas. Uma Igreja sem missão é uma
Igreja desfigurada, Cristo é o modelo de Bom Pastor e Missionário do Pai, duas
qualidades indispensáveis para a eclesialidade.
A Igreja é também comprometida
com a humanidade, isso se faz ação social cristã nos homens e mulheres cristãos,
leigos e leigas, que assumem seu sacerdócio comum de fiéis batizados nas mais
distintas realidades da vida social: na família, escola,
trabalho, sindicatos, ONGs, nos vastos campos da política, cultura,
tecnologia e demais organizações
sociais.
Tudo isso forma a mais excelsa
adjetivação da Igreja: ela é povo de Deus, que celebra sua fé, que vive suas
vocações e procura corresponder ao Evangelho diante das problemáticas do mundo
contemporâneo, sendo sinal de esperança onde há desespero.
Toda essa idealização da Igreja
só não se torna mais real e menos teórica, por que antes de mais nada exige
converção. Os cristãos de nosso tempo necessitam converterem-se antes que seja
tarde demais. A humanidade clama pelo testemunho cristão verdadeiro, sem
demagogias, sem ilusões, sem fantasias...
O homem contemporâneo está
carente de referenciais fortes que lhe ajude a humanizar-se. A fé cristã
humaniza, se de fato ela liberta o ser humano ao invés de aliená-lo. Cristo é o
libertador das mentes, do corpo, do espírito... Cristianismo que nega seu
aspecto libertário é tudo, menos Igreja de Cristo, dado que a fé cristã é em si
uma fé libertadora, questionante, educativa e por isso humanizante.