terça-feira, 29 de maio de 2012

O Silêncio como oportunidade de conhecer-se


No silêncio da despedida
Aprendendo a silenciar-se para viver
Por Marcos Cassiano Dutra


Eis chegada a hora sagrada de silenciar-se. Se calar não é fácil, ainda mais quando se quer continuar falando, escrevendo... Quando a censura vem de terceiros, no início há o impacto do ego frente à crítica censuradora, todavia a censura vem de dentro de si mesmo, uma iniciativa de retirar-se, apagar-se, para, no momento oportuno ressurgir. Chegou a hora de censurar-se. Não cabe entender o porquê e sim meditar no silêncio tudo quanto fora feito até o presente momento. No mistério do silêncio repousa a consciência pensante daquele que escreve porque ainda acredita na força transformadora das palavras na vida do ser humano.
             
O comunicador deixará de comunicar, o escritor deixará de escrever seus artigos, o poeta deixará de construir seus versos, porém sua alma continuará a comunica a beleza da vida, escrevendo seus significados e poetizando suas expressões existenciais apaixonantes.
           
 Na dialética do silêncio, se retire para ouvir a voz do mistério que habita em seu ser, procura ouvi-lo com atenção, sem pressa ou alarde. Despede-se para viver outra faceta de tua vida e encara os desafios da quietude angustiante de ser pessoa humana a se calar, por algum tempo, a fim de humanizar-se mais na escola da vida, mantendo-se atento a tudo que se viverá.
             
Morrer para o presente e reviver para o futuro são as palavras-chave da despedida silenciosa de quem vai, mas voltará depois de ter experienciado tudo quanto almeja para seu futuro sem jamais se esquecer do passado como momentos importantes onde se aprendeu a valorizar o tesouro da vida, cujo valor é incalculável.
            
 Não se trata de um adeus, e sim de um até breve, como breve é a vida nessa terra, breve será essa despedida providencial, carregada de esperança e sonhos, mesmo que marcada por fracassos e decepções.
             
No silêncio desta vida se cala o comunicador, o escritor e o poeta. Calados caminham pela estrada difícil de sua humanidade, lá encontrarão a resposta e quem sabe o horizonte que tanto buscam e acreditam...

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