O Papa e a reforma do Catolicismo
Qual é o verdadeiro reformismo de
Francisco?
Com a eleição do Cardeal
Argentino Jorge Mario Bergoglio para ser o novo Sucessor de São Pedro, a Igreja
Católica Apostólica Romana inicia uma nova fase em sua história milenar, afinal
cada pontífice é o responsável visível na guia da comunidade de fé dos
discípulos de Jesus, fundador e fundamento do Cristianismo, do qual o Papa é
seu Vigário na terra.
O
clima eufórico dos fiéis e dos não-crentes e não-cristãos com relação ao novo
Papa que assumiu o nome de Francisco para seu pontificado causa esperança em
alguns e especulações equivocadas em outros. A grande questão tangente nas mídias
sobre o tema Igreja é: O Papa e a reforma do Catolicismo, haja vista os
pequenos gestos de simplicidade e humildade dele, os quais sinalizam como será
seu papado que está apenas começando...
Pertinente
é fazer as devidas ponderações sobre assuntos midiatizados envolvendo a
religiosidade católica e o novo Papa, dado que é equivocado pensar que ele irá
modificar de certa forma a fisionomia da Igreja a partir de um refundamento
falacioso o qual prima por um relativismo sexual na moral cristã e pelo
desprezo para com as vocações específicas. Enganam-se os que afirmam
categoricamente isso com sensacionalismo intelectual ao utilizar premissas
controvérsias como o uso da camisinha, o sexo sem procriação, a ordenação de
mulheres e a inclusão de ex-padres hoje casados, a fim de legitimar esse tipo
de raciocínio deturpador do genuíno caráter (identidade) Católico.
A
Igreja não começa e nem termina com o Papa Francisco, ela apenas prossegue o
seu caminhar eclesial no tempo e na história ao ser Sacramento de Salvação do
gênero humano, como bem expressa a Constituição Dogmática Lumen Gentium, a qual
descreve a gênese (origem) da Igreja não a partir de tendências épocais e sim
do próprio mistério trinitário de Deus presente na história humana.
Reformar
não significa em hipótese alguma destruir e fazer rupturas com as bases
essenciais da índole cristã que forma a catolicidade da Igreja em sua doutrina,
vida e culto. A Igreja é uma hierarquia de dons e carismas em comunhão e missão
e não um partido ideológico no qual se mudam as bandeiras por mera
conveniência. Um exemplo é São Francisco de Assis, santo cujo nome foi
escolhido pelo novo Papa. Francisco de Assis foi um reformador da Igreja em sua
época no bom sentido do termo, por que ele buscou reforma – lá restaurando nela
os princípios evangélicos (pobreza, castidade e obediência) na prática da vida
cristã e não desfigurando o Corpo Místico de Cristo (a Igreja).
Essa
é a tarefa apostólica do Papa Francisco, um Cardeal Jesuíta, que ao ser eleito
Pontífice, inspirou-se na genuína espiritualidade franciscana que não destrói,
mas reconstrói e ama a Igreja de Jesus Cristo Una, Santa Católica e Apostólica.
Como membro da Companhia de Jesus, certamente fará uso da espiritualidade de
Santo Inácio de Loyola na defesa da doutrina católica, apresentando-a ao mundo
como proposta de uma vida nova em Cristo e não como fardo repressor conforme
afirmam alguns intelectuais e até mesmo alguns teólogos católicos de
determinadas tendências ideológicas.
Nesse
sentido o diálogo com a atualidade, já proposto pelos padres conciliares na
Gaudium et Spes (Constituição Pastoral do Vaticano II), se encaixa no perfil
papal de Francisco. Diálogo fraterno, aberto e respeitoso com o a realidade
atual e não uma tentativa ideológica de fazer a Igreja mergulhar no relativismo
hodierno que consome a sociedade mundial. A solidariedade da Igreja com a
família humana universal não se edifica e cima de propostas imorais e
anti-religiosas!
A
moral católica e a disciplina específica de cada sacramento não se pautam em
meras proibições, erram os intelectuais e teólogos que pensam assim: de maneira
reducionista e partidária. Esses pensadores, que midiatizam suas análises críticas
contraditórias, ignoram a eclesiologia, as bases da antropologia e moral
cristã, bem como a natureza misteriosa dos sacramentos e suas finalidades
específicas na vida e organização da Igreja. Por isso tentam legitimar suas
opiniões deturpadas sobre esses temas ao comentarem sobre o novo Papa e seus
desafios eclesiais contemporâneos a serem enfrentados, não com ideologias e sim
com o auxílio do Espírito Santo que guia e santifica invisivelmente a Igreja.
Plutarco,
filósofo e biógrafo grego, diz – “A chave para entender um grande homem não
está nas conquistas em campos de batalhas ou em triunfos públicos, mas em suas
vidas pessoais”. Portanto, para entender quem é como será o Papa Francisco em
seu pontificado é preciso antes de tudo saber quem é e o que fez Jorge Mario
Bergoglio em sua vida pessoal antes de se tornar o primeiro jesuíta, argentino
e latino-amerciano Pontífice da Igreja Católica, a fim de não incorrer num
prejulgamento errôneo de suas atitudes e posicionamentos papais futuros.
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