Teologia da arte
A arte sacra como espaço de
experiência de Deus
Por Marcos Cassiano Dutra
A arte é a
expressão simbólica da linguagem do ser humano e a religião parte integrante da
cultura humana. Nesse aspecto a arte sacra é ao mesmo tempo comunicação do
homem e da fé. O mistério de Deus torna-se realidade contemplada por meio das
iconografias, vitrais e esculturas, as quais fazem referência artística à
beleza do transcendente. A religião é, pois um sistema de símbolos para a
comunicação com Deus, visto que a relação da humanidade com Ele necessita de
símbolos, os quais traduzem no visível o invisível da fé.
A arte sacra é uma escola teológica
por que consegue seu objetivo primeiro – a catequese, o ensino da crença; de
maneira não-verbal, mas sensitiva, o visual, tornando-se algo popular, ou seja,
da compreensão de todos.
A Igreja é a portadora das
palavras e sinais de Cristo, ela expressa esse mistério através da linguagem
simbólica, em vista dos fiéis alimentarem a fé, a esperança e a caridade
através dessa simbologia catequética, logo o espaço sagrado é também espaço da
arte, assim afirma Cláudio Pastro – “As igrejas construídas pelos homens são
sinais visíveis da Igreja, povo de Deus convocado e reunido em torno do
Cristo”.
A arte sacra serve, portanto para a
glorificação de Deus e a transformação dos corações humanos. Por isso a religião
necessita sempre de poetas, artistas e místicos, que criam, recriam e
interpretam os símbolos da vivência da fé no dia a dia.
O filósofo Aristóteles afirmava que não se pode viver sem a felicidade,
da mesma forma não se pode viver sem a beleza. O belo sempre fascinou o homem,
dado que a natureza humana é envolta pela estética, isto é, pela admiração
daquilo que “encanta os olhares”. Deus, em sua infinita sabedoria criativa,
escolheu, qual artista do universo, a beleza para comunicar-se com a humanidade,
revelando-se na arte magnífica da salvação.
Jesus Cristo é a Beleza Sagrada
encarnada na história, o qual santifica e restaura a obra-prima da criação,
tornando o bom e belo sinais da presença da Santíssima Trindade, e a beleza
artística não mais uma categoria conceitual e abstrata, mas experiência
contemplativa da salvação e redenção.
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