Uma Igreja diferente?
Por Marcos Cassiano Dutra
Quando o exemplo vem de cima, as
bases são capazes de conversão. Eis o que acontece com a Igreja Católica neste
alvorecer do pontificado do Papa Francisco, não que seus antecessores foram
menos exemplares, pois a personalidade de cada pontífice é especial ao
Cristianismo e contribui de forma específica no pastoreio do Rebanho do Senhor.
Porém,
Francisco vem superando as expectativas com seus gestos, palavras e ações
proféticas, indicando aos cristãos e não-cristãos eloqüentes sinais de
esperança. Por isso é possível acreditar numa reforma do catolicismo e na
unidade dos cristãos a partir da herança pastoral aos poucos sendo construída
no “pontificado franciscano” de Bergoglio. Uma reforma e unidade que deve
nascer humildemente da conversão diária de cada fiel, especialmente dos
pregadores e membros da hierarquia.
Conversão,
palavra derivava do grego metanoia, que significa mudança de mentalidade ou
mentalidades. Eis, portanto, a palavra-chave para os cristãos e o catolicismo:
mudar, com a graça de Deus, as mentalidades materialistas, burocráticas e
imorais que maculam a fé cristã, prejudicam a evangelização, ferem a santidade
da Igreja e reduzem a teologia a um discurso demagógico, anacrônico e
condenatório. O resultado dessas mentalidades que distorcem a mensagem e a vida
cristã, deformando o rosto da Igreja, é a hipocrisia religiosa. Esse é o
desafio que Francisco, em nome de Cristo, nos convida a enfrentar de maneira
penitente.
É
uma Igreja diferente que se apresenta e o Concílio Vaticano II que, passados 50
anos de sua solene abertura, torna a soprar o vento do Espírito Santo na vida
da Igreja por meio do Papa que veio “do fim do mundo”. Nada acontece por acaso,
e todo esse clima de alegre expectativa pelo futuro é, não só resultado de
entusiasmos, mas sinal de um árduo caminho evangélico cuja finalidade é
reconfigurar em Jesus
Cristo, e na opção preferencial pelos pobres, a fisionomia da
Igreja em um contexto maior, o qual abarca em si todo o Cristianismo e os
homens e mulheres de boa vontade.
Tal qual o papa que pede sempre – “Rezem por
mim!” – nós também o devemos fazer,
porque de fato, só haverá a conversão dos cristãos e as transformações
necessárias na vida da Igreja, mediante um exercício constante e sincero da
oração. Acredito nessa Igreja diferente que Francisco nos exorta a viver, e
espero enxergar no clero a mesma esperança que nosso querido Papa nos convida a
praticar em simplicidade, austeridade, espiritualidade e verdade.
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