Cristianismo e o amor
Em uma época erotizada a
esperança de amar
Por Marcos Cassiano Dutra
O amor é um
sublime sentimento capaz de unir as pessoas pelos laços de amizade e família, é
um dom gratuito de profundo respeito a si e aos demais nos relacionamentos
humanos. É oportunidade sagrada de naturalmente continuar o mistério da vida
por meio do matrimônio, é a missão de zelar pelo bem e a paz, é o caminho de
uma sociedade saudável e integrada.
Lamentável é reconhecer que tal
palavra (amor) vem sendo paulatinamente esvaziada de seu real significado. A
busca pelo prazer sem responsabilidade e sem respeito à dignidade da natureza
humana é o efeito nocivo da causa principal: a desumanização. Não é somente a
miséria e a fome a causa de tanta degradação humana, a moral também o é,
especialmente quando não se dá o devido valor a sacralidade do corpo, da vida e
da sexualidade com o forte apelo erótico da ditadura dos gêneros em constante
conflito com a consciência e a identidade sexual natural do homem e da mulher.
O libertarismo sexual é um equívoco moral muito grande, não é avanço, mas sim
um atentado contra a dignidade humana e o papel fundamental da família na
edificação de uma sociedade realmente humanista e não erotizada.
A sexualidade em perspectiva cristã e
humana
O mercado do sexo afeta milhares de pessoas com suas ofertas ideológicas
que agridem a psicologia do ser humano semeando a luxúria, retirando do coração
humano todas as virtudes que possibilitam o amor verdadeiro.
O cristianismo jamais comungará com
tal ideologia erotista por que reconhece que o real amor é caminho seguro para
o bem e a paz. O cristianismo jamais aceitará qualquer tipo de união entre
pessoas do mesmo sexo, por que reconhece a sacralidade de uma família
naturalmente constituída pelo Sacramento do Matrimônio. A Igreja pede em nome
de Cristo, e dos homens e mulheres de boa vontade, a concórdia entre as pessoas
em suas mais diferentes manifestações religiosas, culturais, étnicas bem como
opções sexuais, exortando que homossexuais não se desumanizem, mas zelem por
sua dignidade humana não impondo a sociedade qualquer tipo de idéia tendenciosa
e sensacionalista. Todo ser humano, independente de sua opção sexual é imagem e
semelhança de Deus, merece respeito e dar-se ao respeito. A Igreja convida
todos ao respeito mútuo e ao respeito à família e a sexualidade. Uma sociedade
sociável depende da salvaguarda de suas instituições essências e da promoção da
vida humana. Isso perpassa a família e a sexualidade, duas realidades
indispensáveis para um ser humano amadurecer suas faculdades humanas.
A liberdade não é o sepultamento dos
valores sociais e religiosos que a norteiam. A liberdade é uma condição natural
para se exercitar o conhecimento, a cultura, a religiosidade, a criatividade, a
caridade e a capacidade de bem relacionar-se com os outros. Equivocam-se os que
assumem para si bandeiras machistas, feministas ou qualquer modelo ideológico
que busca afirmação de um gênero suprimindo de maneira opressiva o outro. O ser
humano necessita redescobrir-se gente para assim revalorizar-se enquanto ser
racional, ao invés de reduzir-se como fantoche de ideologias sexuais.
O sexo não é mero instrumento de
prazer individual. É antes uma potência natural geradora da vida. Por isso ele
é sagrado, especial e um tesouro da existência humana. Considerar unicamente o
caráter erótico do sexo é torná-lo animalesco. O sexo também é uma forma de
expressão das virtudes humanas entre aqueles que se amam e juntos desejam
constituir, sacramentar, um lar e nele gerar filhos educados segundo princípios
fundamentais para a construção da própria humanidade.
O desafio da civilização do amor
Em uma época erotizada, em que o sexo e os gêneros tornam-se produtos a
serem consumidos, a esperança do amor insiste em brilhar no exemplo admirável
dos casais e daqueles e aquelas que doam suas vidas em favor dos mais
necessitados, provando que é possível amar e ser amado sem recorrer a falsa idéia
de amor interesseiro e do sexo sem compromisso e sem gênero.
O Cristianismo é a religião do amor
e do humanismo, não um conjunto ideológico que visa reprimir o ser humano. As
virtudes teologais, cardeais, bem como as obras de misericórdia corporais e
espirituais, junto à doutrina moral católica, são orientações pastorais que
propõe um caminho prudente e seguro para uma vida humana e cristã digna. Quem
ainda não entendeu tudo isso, não compreendeu o alcance da antropologia
teológica cristã como resposta plausível aos desafios morais do homem em sua
existência.
A civilização do amor não é um sonho
longínquo, é uma oportunidade favorável de consolidação do bem e dos direitos
humanos, entre eles o direito à vida, à família e à dignidade.
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