quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O sexo em perspectiva humano-cristã


Cristianismo e o amor
Em uma época erotizada a esperança de amar
Por Marcos Cassiano Dutra

O amor é um sublime sentimento capaz de unir as pessoas pelos laços de amizade e família, é um dom gratuito de profundo respeito a si e aos demais nos relacionamentos humanos. É oportunidade sagrada de naturalmente continuar o mistério da vida por meio do matrimônio, é a missão de zelar pelo bem e a paz, é o caminho de uma sociedade saudável e integrada.   
            
Lamentável é reconhecer que tal palavra (amor) vem sendo paulatinamente esvaziada de seu real significado. A busca pelo prazer sem responsabilidade e sem respeito à dignidade da natureza humana é o efeito nocivo da causa principal: a desumanização. Não é somente a miséria e a fome a causa de tanta degradação humana, a moral também o é, especialmente quando não se dá o devido valor a sacralidade do corpo, da vida e da sexualidade com o forte apelo erótico da ditadura dos gêneros em constante conflito com a consciência e a identidade sexual natural do homem e da mulher. O libertarismo sexual é um equívoco moral muito grande, não é avanço, mas sim um atentado contra a dignidade humana e o papel fundamental da família na edificação de uma sociedade realmente humanista e não erotizada.
A sexualidade em perspectiva cristã e humana
O mercado do sexo afeta milhares de pessoas com suas ofertas ideológicas que agridem a psicologia do ser humano semeando a luxúria, retirando do coração humano todas as virtudes que possibilitam o amor verdadeiro.
            O cristianismo jamais comungará com tal ideologia erotista por que reconhece que o real amor é caminho seguro para o bem e a paz. O cristianismo jamais aceitará qualquer tipo de união entre pessoas do mesmo sexo, por que reconhece a sacralidade de uma família naturalmente constituída pelo Sacramento do Matrimônio. A Igreja pede em nome de Cristo, e dos homens e mulheres de boa vontade, a concórdia entre as pessoas em suas mais diferentes manifestações religiosas, culturais, étnicas bem como opções sexuais, exortando que homossexuais não se desumanizem, mas zelem por sua dignidade humana não impondo a sociedade qualquer tipo de idéia tendenciosa e sensacionalista. Todo ser humano, independente de sua opção sexual é imagem e semelhança de Deus, merece respeito e dar-se ao respeito. A Igreja convida todos ao respeito mútuo e ao respeito à família e a sexualidade. Uma sociedade sociável depende da salvaguarda de suas instituições essências e da promoção da vida humana. Isso perpassa a família e a sexualidade, duas realidades indispensáveis para um ser humano amadurecer suas faculdades humanas.  
            A liberdade não é o sepultamento dos valores sociais e religiosos que a norteiam. A liberdade é uma condição natural para se exercitar o conhecimento, a cultura, a religiosidade, a criatividade, a caridade e a capacidade de bem relacionar-se com os outros. Equivocam-se os que assumem para si bandeiras machistas, feministas ou qualquer modelo ideológico que busca afirmação de um gênero suprimindo de maneira opressiva o outro. O ser humano necessita redescobrir-se gente para assim revalorizar-se enquanto ser racional, ao invés de reduzir-se como fantoche de ideologias sexuais.
            O sexo não é mero instrumento de prazer individual. É antes uma potência natural geradora da vida. Por isso ele é sagrado, especial e um tesouro da existência humana. Considerar unicamente o caráter erótico do sexo é torná-lo animalesco. O sexo também é uma forma de expressão das virtudes humanas entre aqueles que se amam e juntos desejam constituir, sacramentar, um lar e nele gerar filhos educados segundo princípios fundamentais para a construção da própria humanidade.
O desafio da civilização do amor
Em uma época erotizada, em que o sexo e os gêneros tornam-se produtos a serem consumidos, a esperança do amor insiste em brilhar no exemplo admirável dos casais e daqueles e aquelas que doam suas vidas em favor dos mais necessitados, provando que é possível amar e ser amado sem recorrer a falsa idéia de amor interesseiro e do sexo sem compromisso e sem gênero.  
            O Cristianismo é a religião do amor e do humanismo, não um conjunto ideológico que visa reprimir o ser humano. As virtudes teologais, cardeais, bem como as obras de misericórdia corporais e espirituais, junto à doutrina moral católica, são orientações pastorais que propõe um caminho prudente e seguro para uma vida humana e cristã digna. Quem ainda não entendeu tudo isso, não compreendeu o alcance da antropologia teológica cristã como resposta plausível aos desafios morais do homem em sua existência.
            A civilização do amor não é um sonho longínquo, é uma oportunidade favorável de consolidação do bem e dos direitos humanos, entre eles o direito à vida, à família e à dignidade.

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