Sociedade das aparências
Por Marcos Cassiano Dutra
Na
Idade Moderna a razão era o fator determinante para se saber quem é o homem.
René Descartes, filósofo francês dessa época dizia: “Cogito ergo sum” – penso,
logo existo. Hoje, no século XXI, inverteram-se tudo, não mais o racionalismo e
sim a aparência é o que define o humano. “Apareço, logo existo”, essa é a
premissa da sociedade das aparências, mergulhada de forma alienante no
consumismo virtual das plataformas de relacionamentos que o advento da internet
proporcionou.
Aparecer é o verbo preferido das
ações do invejoso que deleta (apaga) a todo custo aquele ou aqueles os quais
ousam colocar sua imagem de pop-star em escanteio. A psicologia do holofote abarca não só
o mundo virtual, mas também o real, seja nas revistas, jornais e outros meios
de comunicação social. Além dos já conhecidos plágios, ou seja, a cópia de
teorias ou idéias de algum autor, a competição pelo status que a aparência
proporciona é o motivo crucial na aplicação da inveja entre as pessoas.
Infelizes os invejosos, que excluem
a imagem do próximo por puro egoísmo enrustido nos mais fajutos pretextos
sociais ou até mesmo religiosos, o que em si é lamentável. Esses cultivadores
da inveja ainda não aprenderam que o maior tesouro da vida é o respeito pelos
dons e a criatividade dos irmãos na escola da vida.
Pertinente é o pensamento do saudoso
músico Renato Russo – “As pessoas julgam a aparência, mas se esquecem de que o
mal da sociedade são as pessoas sem caráter”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário