terça-feira, 12 de março de 2013

Campanha da Fraternidade 2013


Os rumos da juventude
Por Marcos Cassiano Dutra

Introdução     
            Em consonância com a CF 2013, propõe-se aqui discorrer sobre a temática dos caminhos atuais da juventude no cenário social.

O Caminhar da juventude
            Segundo o pensador cristão J. B. Libanio, SJ – “a medicina, a psicologia e a pedagogia têm constatado um deslocamento físico, psíquico e espiritual dos jovens”. Esse é o fenômeno das tendências pessoais ou coletivas no distanciamento do idealismo para a busca por experiências momentâneas sem compromisso.
            Estudiosos da área de psicologia definem que há na juventude dois tipos de dinamismo que se completam quando relacionados de maneira sadia.
            O dinamismo projetivo – É aquele que motiva o jovem para o futuro por meio dos sonhos. No uso criativo da imaginação, ele constrói e almeja projetos de vida, enxergando o amanhã com esperança, e, encontrando no presente a força necessária diante dos desafios.
            O dinamismo explorativo – É aquele que foca-se exclusivamente ao presente, buscando realizá-lo ao máximo, deixando o futuro em segundo plano, pois o que importa não são os projetos e sim as vontades momentâneas.

A realidade juvenil
            Na juventude contemporânea, influenciada pela mentalidade do consumismo pós-moderno, predomina o dinamismo explorativo acima do projetivo, anulando assim o papel dos ideais na vida humana.
            O ideal, dentro da esfera da consciência, proporciona ao ser humano referenciais de vida com perspectivas quanto ao futuro. Por exemplo, a realização profissional, vocacional, a constituição de uma família, etc, são ideais nobres de vida projetados pela consciência, por que neles está embutido o grande anseio natural – a felicidade.
            Quando os ideais são trocados por outras tendências que não visam à completude existencial do homem, isto é, uma vida realmente feliz e humanizada, ocorre o desligamento do projetar-se para o futuro a fim de viver o momento sem perceber, ou seja, tomar conhecimento, das conseqüências históricas das escolhas e atitudes impensadas. Essa tendência perpassa o âmbito das relações consigo, com o outro e com o divino, caracterizando o utilitarismo.

Os efeitos ideológicos
            A autonomia e a independência, desfocadas da maturidade necessária, deturpam o real significado de ser autônomo e independente, visto que o todo do humano, quer dizer, aquilo que o homem é (corpo, mente e alma), está focado exclusivamente no erotismo, o qual distorce o campo da sexualidade, produzindo jovens com corpos vigorosos e fortes, mas com psiquismo frágil e menos capacidade de responsabilidade, cujo comportamento é fruto da “tirania do prazer”, ideologizada e disseminada na atualidade, visando uma cultura na qual a juventude seja não só uma etapa da vida e sim um período a ser prolongado o máximo possível.

Conclusão


            Vê-se, portanto, que a mentalidade pós-moderna é a responsável direta pelas transformações na consciência do jovem no anulamento do dinamismo projetivo pela supervalorização do exploratismo. Cabe a sociedade, especialmente aos jovens, protagonistas de seu próprio desenvolvimento, a identificação de soluções em torno dos rumos da juventude nessa época, encontrando na mesma pós-modernidade que aliena, o antídoto eficaz contra o exploratismo exacerbado, em defesa do equilíbrio consciente e construtivo das mentes juvenis.             

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