Os rumos da juventude
Por Marcos Cassiano Dutra
Introdução
Em
consonância com a CF 2013, propõe-se aqui discorrer sobre a temática dos
caminhos atuais da juventude no cenário social.
O Caminhar da juventude
Segundo
o pensador cristão J. B. Libanio, SJ – “a medicina, a psicologia e a pedagogia
têm constatado um deslocamento físico, psíquico e espiritual dos jovens”. Esse
é o fenômeno das tendências pessoais ou coletivas no distanciamento do
idealismo para a busca por experiências momentâneas sem compromisso.
Estudiosos da área de psicologia
definem que há na juventude dois tipos de dinamismo que se completam quando
relacionados de maneira sadia.
O
dinamismo projetivo – É aquele que motiva o jovem para o futuro por meio
dos sonhos. No uso criativo da imaginação, ele constrói e almeja projetos de vida,
enxergando o amanhã com esperança, e, encontrando no presente a força
necessária diante dos desafios.
O
dinamismo explorativo – É aquele que foca-se exclusivamente ao presente,
buscando realizá-lo ao máximo, deixando o futuro em segundo plano, pois o que
importa não são os projetos e sim as vontades momentâneas.
A realidade juvenil
Na
juventude contemporânea, influenciada pela mentalidade do consumismo
pós-moderno, predomina o dinamismo explorativo acima do projetivo, anulando
assim o papel dos ideais na vida humana.
O ideal, dentro da esfera da
consciência, proporciona ao ser humano referenciais de vida com perspectivas
quanto ao futuro. Por exemplo, a realização profissional, vocacional, a
constituição de uma família, etc, são ideais nobres de vida projetados pela
consciência, por que neles está embutido o grande anseio natural – a
felicidade.
Quando os ideais são trocados por
outras tendências que não visam à completude existencial do homem, isto é, uma
vida realmente feliz e humanizada, ocorre o desligamento do projetar-se para o
futuro a fim de viver o momento sem perceber, ou seja, tomar conhecimento, das
conseqüências históricas das escolhas e atitudes impensadas. Essa tendência
perpassa o âmbito das relações consigo, com o outro e com o divino,
caracterizando o utilitarismo.
Os efeitos ideológicos
A
autonomia e a independência, desfocadas da maturidade necessária, deturpam o
real significado de ser autônomo e independente, visto que o todo do humano,
quer dizer, aquilo que o homem é (corpo, mente e alma), está focado
exclusivamente no erotismo, o qual distorce o campo da sexualidade, produzindo
jovens com corpos vigorosos e fortes, mas com psiquismo frágil e menos
capacidade de responsabilidade, cujo comportamento é fruto da “tirania do
prazer”, ideologizada e disseminada na atualidade, visando uma cultura na qual
a juventude seja não só uma etapa da vida e sim um período a ser prolongado o
máximo possível.
Conclusão
Vê-se,
portanto, que a mentalidade pós-moderna é a responsável direta pelas
transformações na consciência do jovem no anulamento do dinamismo projetivo
pela supervalorização do exploratismo. Cabe a sociedade, especialmente aos
jovens, protagonistas de seu próprio desenvolvimento, a identificação de
soluções em torno dos rumos da juventude nessa época, encontrando na mesma
pós-modernidade que aliena, o antídoto eficaz contra o exploratismo exacerbado,
em defesa do equilíbrio consciente e construtivo das mentes juvenis.
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