terça-feira, 26 de março de 2013

Teologia, moral católica e a realidade da vida cristã



A realidade moral e a demagogia moral
Por Marcos Cassiano Dutra

Existe uma lacuna entre o que pregam os Sagrados Pastores e o que vive o Rebanho do Senhor. Não se trata aqui a respeito de matéria dogmática das verdades de fé e sim da vivência prática da moralidade cristã. Penso que não se constrói a civilização do amor sem estar atento e sensível aos sinais dos tempos.

É um equívoco pastoral ignorar a realidade e se ater em concepções morais que somente existem no campo das idéias e no ambiente do real não se tornam concretas. Há necessidade de um discurso moral mais eloquente e testemunhal, há necessidade de uma moral cristã do diálogo, haja vista que a pastoral do medo não faz sentido em um mundo onde as pessoas carecem da pastoral da alegria, que as ajudem a serem humanos e dignos de sua humanidade desde a concepção até o natural declínio da vida.

Se há pecados pessoais e sociais, há também pecados intelectuais por parte dos que são chamados a ouvir o grito aflito do rebanho e os guiarem de forma convincente e verdadeira, livres de qualquer forma de demagogia eclesiástica ou sexual. Se há cristãos imorais é por que há pregadores os quais não vivem o que pregam ou pregam aquilo que não vivem.

Quando na esperança acolhe-se na fé e comunhão o novo Papa Francisco, é o momento de analisar - Como está o Catolicismo diante da realidade contemporânea? O que realmente profana o Sagrado, o diálogo com a moral da sociedade atual ou a hipocrisia religiosa que mascara a imoralidade?

No campo da sexualidade cristã vale mais ouvir e dialogar do que impor e se fechar para o outro - diferente.

O tema moral religiosa católica está em pauta não por acaso, é resultado do não-testemunho das virtudes humanas apregoadas por Jesus Cristo e de um discurso religioso cego e surdo aos sinceros apelos dos que desejam serem bons cristãos, praticando de fato uma moralidade cristã que deve ser cristianizada e não mais maculada pelo puritanismo ou pelo desprezo do corpo e supervalorização da alma, afinal corpo e alma são obras do Divino e por isso são sagrados.

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