sábado, 9 de março de 2013

"Habemus Papam!"



O VATICANO II E A ELEIÇÃO DO NOVO PAPA
Por Marcos Cassiano Dutra


Com a definição da data para o início do conclave em 12 de março, que elegerá o sucessor de Bento XVI (Papa emérito), a Igreja e o mundo aguardam com esperança e curiosidade o célebre anúncio do "Habemus Papam!" Diante desse momento-chave na história contemporânea da Igreja, é pertinente recordar o maior evento eclesial do catolicismo no século passado - O Concílio Ecumênico Vaticano II, haja vista que a mídia em geral vem utilizando-se desse concílio de forma a deturpar sua intencionalidade teológico-pastoral para legitimar especulações falaciosas e demagógicas acerca da Hierarquia Apostólica.

Fala-se tanto em modernização da Igreja que mais parece um carnaval de opiniões caricaturadas de "interesse" pela barca de São Pedro, quando não! É mero oportunismo jornalístico, utilizando-se de certas problemáticas internas da Igreja para expô-la ao ridículo perante o mundo globalizado.

Todavia os problemas não são o fim e sim ocasiões da limitação humana necessitada da graça de Deus e da sabedoria do Espírito Santo para resolvê-los da melhor forma possível. Por isso a eleição do novo Romano Pontífice é importante e a renúncia de Bento XVI providencial, ambos sinais de amor pelo Rebanho do Senhor.

Modernizar deriva de duas palavras latinas: modus/modo e hodierno/hoje, quer dizer, o modo de hoje, algo que João XXIII exclamava ao dizer: "aggiornare la chiesa!" - Atualizar a Igreja. E isso, sem sombra de dúvidas, o Vaticano II conseguiu com seus magníficos 16 documentos conciliares (4 constituições, 9 decretos e 3 declarações), feito que se deve a coragem apostólica do Beato Papa João e a inteligência equilibrada do Servo de Deus Paulo VI, bem como da capacidade comunicativa de João Paulo II e da coerência teológica de Ratzinger (Bento XVI), o qual foi um dos mentores intelectuais desse concílio e levou a cabo tal aggiornamento, quer como teólogo, como Pontífice em seus quase 8 anos de papado.

Modernizar a Igreja não é romper com sua história e tradição, frutos não do esforço humano, mas da iniciativa sagrada que a quis e erigiu em Jesus Cristo nos Santos Apóstolos. 

Claramente que 50 anos depois da abertura solene do Vaticano II, vivemos uma época de síntese desse concílio e também de análise para prosseguir sua implementação, pois as mudanças eclesiais e pastorais que ele intui não acontecem da noite para o dia, precisam de tempo e de amadurecimento, essa é a missão do próximo Papa: levar adiante a barca de Cristo confiada a Pedro, dentro das propostas do Vaticano II.

O Vaticano II não foi um concílio da ruptura! Quem o pensa dessa forma comete equívocos! O Vaticano II é o concílio da reforma na continuidade. Essa é a hermenêutica correta, que já em 1985 o Sínodo dos Bispos em Roma junto ao Papa Wojtyla concluía.

Enquanto aguardamos a eleição do novo Pontífice, olhemos com fé para a história desta Igreja que somos, confiando na esperança pascal de Cristo sempre presente junto a seu povo e seus sagrados pastores e rezemos para que no voto dos Cardeais o Espírito Santo escolha aquele que segundo a vontade de Deus é o escolhido para pastorear seu Rebanho daqui em diante.

 

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