O que é a Ressurreição de Jesus Cristo?
Por Marcos Cassiano Dutra
Aproxima-se a
Semana Santa e nela o Tríduo Pascal, celebração principal de todo o Ano
Litúrgico, dado que é somente por meio da Ressurreição que se entende a pessoa
de Jesus de Nazaré. Logo, a Páscoa é a celebração da identidade de Jesus,
caráter marcante a se fazer presente na índole de todo o cristão. Porém qual é
essa fisionomia? É a ação do Ressuscitado. Ressurreição é o processo ativo,
misterioso e transformador da vida que vence a morte, da esperança que vence o
medo, da graça que supera o pecado.
A Ressurreição
não é mero aleluia sem significado histórico, pois foi precisamente a história
humana que Deus escolheu para se manifestar ao revelar-se, e nela construir uma
história de salvação; e escolheu o ser humano, destinatário por excelência da
Redenção, como receptor da herança da fé que Cristo veio transmitir: o
Evangelho, o Reino de Deus, que em Jesus alcança seu pleno cumprimento, visto
que Ele é em si a Pessoa e Obra de Deus ao mesmo tempo.
Portanto,
quando se fala de Ressurreição, não se comenta sobre um fato passado e isolado
numa época, mas atualiza-o no hoje da história. Cristo hoje torna a
Ressuscitar, e com sua Ressurreição torna a interpelar-nos para as urgências
evangélicas necessárias no enfrentamento profético, corajoso e válido das
estruturas temporais as quais ameaçam o gênero humano. Nesse sentido a
Ressurreição é libertação, ou seja, aquilo que cria o espaço pertinente para a
liberdade acontecer, liberdade que não é relativa e nem repressão, é realidade
concreta dos ressuscitados.
Celebrar a
Ressurreição é reverenciar a liberdade que a salvação em Cristo proporciona,
liberdade de ser gente, liberdade de ter dignidade, liberdade de poder estudar,
ser saudável, ter terra, ou seja, liberdade que é vida em plenitude. Por isso
que a Páscoa é a festa da vida. Não tem sentido falar de páscoa se ignorada a
expressão pascal da liberdade que Cristo com sua Paixão, Morte e Ressurreição
adquire para o gênero humano, restaurando a criação.
Ao contemplar
o Santo Sepulcro vazio, olhemos para aquele que lá não está, e em seus gestos,
palavras e ações, busquemos os caminhos coerentes para tornar o Reino de Deus
mais visível em nosso meio.
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