Catequese familiar
Os desafios da igreja doméstica
Por Marcos Cassiano Dutra
A catequese familiar não existe
nas famílias cristãs contemporâneas. Raros são aos lares onde os pais educam
seus filhos na fé. Há famílias atuais que pensam ser responsabilidade da Igreja
e dos catequistas o ensino da piedade cristã aos filhos, quando tal piedade
deve primeiramente brotar da fé dos pais, ou seja, da prática religiosa deles.
O
distanciamento hodierno entre fé e vida, entre família e religião, provoca no
âmago humano um vazio existencial que muitas vezes é preenchido pelas fugas
sociais como a imoralidade, as drogas, os vícios e o fenômeno dos meios de
comunicação digital.
Educar
para a fé e a vida é tarefa paterna e materna que se inicia quando em nome de
Cristo a Igreja abençoa a união matrimonial entre homem e mulher, essa bênção
se torna fecunda e santa nos filhos, que o mistério da vida concede ao casal,
os quais têm nas mãos a nobre missão de ensinar a religiosidade aos seus
descendentes.
Não
é atoa que a família é célula mater da sociedade e igreja doméstica, espaço
educatório para o convívio social e a crença. O secularismo afirma ser algo
individual a religião, e assim prega uma falaciosa liberdade religiosa que ao
invés de promover uma disposição religiosa saudável, fomenta o ateísmo, a
descrença. A liberdade de culto jamais se entende pela via do desprezo à
religião e sim pelo respeito e promoção da crença.
O
analfabetismo religioso é uma questão não só de fé, mas social. A catequese
paroquial serve para ampliar os horizontes da fé cristã e a identidade católica
no conhecimento da doutrina e da espiritualidade litúrgica da Igreja, a fim de
contribuir para vida cristã coerente com o Evangelho e a vida humana do fiel.
Porém é de casa, da catequese doméstica, que trazem os valores religiosos os
quais motivam o aprendizado catequético bíblico, doutrinal e vivencial cristão.
Uma criança, um jovem ou até mesmo um adulto, que em seu lar não encontra o
ambiente sadio para fortalecimento de sua vida cristã, não consegue percorrer o
caminho da catequese para os sacramentos de forma segura e eficaz, por que em
casa não se cultiva a semente do Cristianismo.
Aos
casais católicos, que se preparam para contraírem o Sacramento do Matrimônio e
aos que aguardam na esperança o nascimento de seus filhinhos, fica a exortação
pastoral de que jamais se esqueçam do juramento feio diante do sacerdote no
altar: educar os filhos segundo a vontade de Deus e os preceitos da Igreja.
Aos
pais que já batizaram seus filhos, com os padrinhos e madrinhas, sejam nos
lares os primeiros arautos do Evangelho, educando seus pequeninos na fé, para
que cresçam em estatura em graça diante de Deus e dos homens, assim como
cresceu Jesus Menino no seio fideístico da Sagrada Família de Nazaré, modelo de
catequese doméstica.
Os
eventuais desafios pelos quais passam as famílias nesta mudança de época, sejam
eles quais forem, não se tornem empecilho para que a semente boa do reino de
Deus (a fé) seja semeada no coração dos filhos e filhas que a benevolência
divina lhes concedeu como fruto do amor conjugal.
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