quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A família como vai?


Catequese familiar
Os desafios da igreja doméstica
Por Marcos Cassiano Dutra

A catequese familiar não existe nas famílias cristãs contemporâneas. Raros são aos lares onde os pais educam seus filhos na fé. Há famílias atuais que pensam ser responsabilidade da Igreja e dos catequistas o ensino da piedade cristã aos filhos, quando tal piedade deve primeiramente brotar da fé dos pais, ou seja, da prática religiosa deles.
            
O distanciamento hodierno entre fé e vida, entre família e religião, provoca no âmago humano um vazio existencial que muitas vezes é preenchido pelas fugas sociais como a imoralidade, as drogas, os vícios e o fenômeno dos meios de comunicação digital.
             
Educar para a fé e a vida é tarefa paterna e materna que se inicia quando em nome de Cristo a Igreja abençoa a união matrimonial entre homem e mulher, essa bênção se torna fecunda e santa nos filhos, que o mistério da vida concede ao casal, os quais têm nas mãos a nobre missão de ensinar a religiosidade aos seus descendentes.
             
Não é atoa que a família é célula mater da sociedade e igreja doméstica, espaço educatório para o convívio social e a crença. O secularismo afirma ser algo individual a religião, e assim prega uma falaciosa liberdade religiosa que ao invés de promover uma disposição religiosa saudável, fomenta o ateísmo, a descrença. A liberdade de culto jamais se entende pela via do desprezo à religião e sim pelo respeito e promoção da crença.  
             
O analfabetismo religioso é uma questão não só de fé, mas social. A catequese paroquial serve para ampliar os horizontes da fé cristã e a identidade católica no conhecimento da doutrina e da espiritualidade litúrgica da Igreja, a fim de contribuir para vida cristã coerente com o Evangelho e a vida humana do fiel. Porém é de casa, da catequese doméstica, que trazem os valores religiosos os quais motivam o aprendizado catequético bíblico, doutrinal e vivencial cristão. Uma criança, um jovem ou até mesmo um adulto, que em seu lar não encontra o ambiente sadio para fortalecimento de sua vida cristã, não consegue percorrer o caminho da catequese para os sacramentos de forma segura e eficaz, por que em casa não se cultiva a semente do Cristianismo. 
             
Aos casais católicos, que se preparam para contraírem o Sacramento do Matrimônio e aos que aguardam na esperança o nascimento de seus filhinhos, fica a exortação pastoral de que jamais se esqueçam do juramento feio diante do sacerdote no altar: educar os filhos segundo a vontade de Deus e os preceitos da Igreja.
             
Aos pais que já batizaram seus filhos, com os padrinhos e madrinhas, sejam nos lares os primeiros arautos do Evangelho, educando seus pequeninos na fé, para que cresçam em estatura em graça diante de Deus e dos homens, assim como cresceu Jesus Menino no seio fideístico da Sagrada Família de Nazaré, modelo de catequese doméstica.   
             
Os eventuais desafios pelos quais passam as famílias nesta mudança de época, sejam eles quais forem, não se tornem empecilho para que a semente boa do reino de Deus (a fé) seja semeada no coração dos filhos e filhas que a benevolência divina lhes concedeu como fruto do amor conjugal. 

 

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