Revelação Divina e Mariologia da Encarnação
Por Marcos Cassiano Dutra
Quando o assunto dentro da fé cristã
é Jesus Cristo, duas figuras jamais devem sair de cena, são elas – Deus e
Maria. Em primeiro plano surge o mistério trinitário de Deus, que em sua revelação
ao ser humano, por meio da história, desenvolve e firma com ele uma aliança,
chamada de testamento, que configura o período bíblico chamado história da
salvação.
Na história da salvação a revelação
de Deus ganha significado e importância, tendo em vista o ser humano,
destinatário privilegiado do mistério do Deus Salvador. Em Jesus Cristo ,
manifesta-se na história humana a completude da revelação do Sagrado, na hora
escatológica, à hora da salvação; dado que, como escreve o Teólogo Joseph
Ratzinger (Bento XVI) – “Em Jesus é o próprio Deus quem chega e, desse modo,
confere à história a sua definitiva direção”, a direção da cruz, da redenção e
da ressurreição.
Cristo possue um nome, um caráter,
uma identidade. O nome do Verbo Encarnado Salvador é Jesus, palavra que em
hebraico possui um tetragrama com as iniciais de Javé YHWH, e significa Deus
salva, ou seja, O Deus da Antiga Aliança, Aquele que é, é o mesmo Deus presente
e salvador em Jesus de Nazaré. Portanto, “a revelação do nome de Deus, que começou
na sarça ardente, é completado em Jesus” (Bento XVI no Livro A infância de
Jesus).
Deus revelador, salvador e
libertador, que ouve agora por meio de seu Filho as angustias, os sofrimentos
de seu povo eleito e o liberta, com a força profética de sua ação messiânica, a
qual não utiliza das armas e sim da palavra transformadora do Evangelho, isto
é, do Reino de Deus.
Em segundo plano, diante da Divina
Providência que envia o Messias, está à acolhedora fecunda do mistério da
encarnação, Maria. Diz São Bernardo de Claraval: “Ao criar a liberdade Deus se
tornou dependente do homem. O seu poder está ligado ao “sim” não forçado de uma
pessoa humana”. Assim o foi e é o sim da Virgem de Nazaré, sim generoso e
comprometido com Deus na história da salvação. Neste sim de Maria, realizou-se
a conclusão mais magnífica da liberdade do ser humano: o sim a salvação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário