quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Mariologia Guarani


Quem é essa mulher ameríndia?
Por Marcos Cassiano Dutra

            Louvo com piedade e veneração aquela que é exemplo de evangelização inculturada, sem jamais converter os povos ameríndios empunhando numa mão a cruz e na outra a espada. Louvo com fé aquela que não ignorou as raízes da crença ameríndia, mas se fez índia na face da moça de Guadalupe, estampando no poncho de Juan Diego a maternidade indígena daquela que gerou o Verbo Divino de Tupã, e no hoje da história gera com o povo o Reino de Deus, a terra sem males, o sonho guarani, que também é o sonho do Deus de Jesus Cristo.

            Bendigo sem cessar o profetismo daquela que protestou maternalmente em favor dos índios esquecidos e assassinados nesses séculos de América Latina, descobridora do Evangelho, descobriu a face do pobre índio expulso de chão, desenculturado pelo europeu em nome do “Deus branco”, e perseguido pela ganância de quem lhes retirou a dignidade de seres humanos.

            Essa mulher, presente em tantas mulheres, especialmente na feminilidade ameríndia, é Maria, a mulher bendita entre todas as gerações, inclusive nas gerações guaranis aiová, ñandeva e mbya. Filha santa da tribo de Israel, vem fazer parte de nosso clã, e intercede em favor da paz, da justiça e da vida de todos especialmente de nossos curumins, que anseiam manter sua terra, sua cultura, sua crença, sua identidade.    

Nossa Senhora da América Latina, Mater morena de Guadalupe, ora pro nobis e por todos os irmãos índios. Amém!

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