Quem é essa mulher ameríndia?
Por Marcos Cassiano Dutra
Louvo com piedade e veneração aquela
que é exemplo de evangelização inculturada, sem jamais converter os povos
ameríndios empunhando numa mão a cruz e na outra a espada. Louvo com fé aquela
que não ignorou as raízes da crença ameríndia, mas se fez índia na face da moça
de Guadalupe, estampando no poncho de Juan Diego a maternidade indígena daquela
que gerou o Verbo Divino de Tupã, e no hoje da história gera com o povo o Reino
de Deus, a terra sem males, o sonho guarani, que também é o sonho do Deus de
Jesus Cristo.
Bendigo sem cessar o profetismo
daquela que protestou maternalmente em favor dos índios esquecidos e
assassinados nesses séculos de América Latina, descobridora do Evangelho, descobriu
a face do pobre índio expulso de chão, desenculturado pelo europeu em nome do
“Deus branco”, e perseguido pela ganância de quem lhes retirou a dignidade de
seres humanos.
Essa mulher, presente em tantas
mulheres, especialmente na feminilidade ameríndia, é Maria, a mulher bendita
entre todas as gerações, inclusive nas gerações guaranis aiová, ñandeva e mbya.
Filha santa da tribo de Israel, vem fazer parte de nosso clã, e intercede em
favor da paz, da justiça e da vida de todos especialmente de nossos curumins,
que anseiam manter sua terra, sua cultura, sua crença, sua identidade.
Nossa Senhora da
América Latina, Mater morena de Guadalupe, ora pro nobis e por todos os irmãos
índios. Amém!
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