quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Dominus Jesus Christus in Ecclesia Credo


Eclesiologia da Igreja
Refletindo os eixos-chave da origem da Igreja
Por Marcos Cassiano Dutra

Introdução     
            Carisma e poder, comunhão e missão. São esses os 4 elementos eclesiais que dão sustentabilidade temporal à Igreja Militante, claramente a Igreja é um mistério sagrado e trinitário, conforme explicita a Lumen Gentium[1] ao dizer que a Igreja é, “querida pelo Pai, fundada pelo Filho e santificada no Espírito Santo”, e também é povo de Deus, povo sacerdotal, congregado em nome da Trindade. Todavia, para que esse caráter trinitário e comunitário da Igreja, que é uma hierarquia de dons e carismas, se estabeleça de forma evangélica, necessita-se desses 4 elementos eclesiais, tal qual a natureza necessita, em sua física, da terra, água, ar e fogo para assim se fazer a vida dos seres vivos e do próprio planeta acontecer.

Carisma, poder, comunhão e missão          
            Os 4 elementos eclesiais são a força que nasce da natureza divina da Igreja, que é Una, Santa, Católica e Apostólica. Força que traz consigo a vitalidade fideística para a comunidade de fé dos discípulos de Jesus Cristo. É equivocado pensar a Igreja sem essa interação entre carisma, poder, comunhão e missão.
            O carisma corresponde à inspiração fundante que fez com que a Igreja existisse, logo é o espírito jesuânico, apostólico, comunitário, evangélico, que formam a identidade eclesiástica. Ao poder refere-se à maneira organizacional da Igreja enquanto instituição divina, por ser um mistério, mas também humana, por contar com pessoas chamadas a pastorear o Rebanho do Senhor como Sagrados Pastores, exercendo a paternidade e a pastoralidade de Cristo para o bem da Santa Igreja, ou seja, o poder do Bom Pastor.
            A comunhão é a unidade que deve haver entre os membros do Corpo Místico de Cristo (a Igreja), unidade na diversidade de dons e carismas, como exorta São Paulo em uma de suas pertinentes cartas apostólicas. Sem unidade, sem comunhão, é impossível agir no mundo em nome de Cristo, ou seja, ser cristão, isto é, dar testemunho da fé em Cristo, pilar que constitui a evangelização, a missão. Missão só acontece quando há a união dos membros em prol da causa essencial do agir da Igreja, o reino de Deus, do qual ela é um instrumento, um sacramento de salvação na humanidade, dado que a Igreja não é o Reino, mas é sinal e servidora do Reino. Realizando esse serviço ao reino, dentro do seguimento de Jesus.  

A fé como base para os 4 elementos eclesiais      
            A Igreja nasce da fé, da fé na ressurreição, da fé no Ressuscitado. Verdade misteriosa e sagrada transmitida ao longo dos séculos pelos discípulos de Cristo, zelada pelos Santos Apóstolos e depois deles por seus sucessores, os Bispos, numa unidade doutrinal que conferiu a Igreja sua consolidação, na história do homem, como sinal da presença de Cristo junto às pessoas no caminho terrestre para a porfia celeste. Por isso se diz que a Igreja é um sacramento, por que ela é um sinal sagrado, que realiza aquilo que ela significa: unicidade, catolicidade, apostolicidade e santidade, pilares que a fazem permanecer fiel a sua identidade ao longo da história em qualquer tempo e lugar.     
            É Santa, não em virtude de seus membros, e sim em virtude de sua pertença a Deus, que a santifica e com ela faz uma aliança no Sangue do Divino Cordeiro Jesus, em seu povo eleito, que formam a comunidade dos fiéis, tendo Cristo como centro e a Trindade como referência. 
           

Conclusão     
            Ao celebrar-se o Ano da Fé, é interessante e oportuno estudar e discutir sobre essas questões que compõem a eclesiologia, sempre em espírito de oração, rezando com piedade, antes de iniciar a pesquisa e o estudo, a oração belíssima do Símbolo Apostólico (o Creio), recordando sempre das belas palavras de Santo Agostinho - "Amai a esta Igreja, permanecei nesta Igreja, é de vocês esta Igreja." Ninguém pode amar concretamente aquilo que não conhece, conhecendo a esposa de Cristo certamente o amor brotará no coração dos que pela fé acreditam Nele se congregam nessa certeza da Igreja, a qual é excelsa guardiã do “Depositum Fidei”[2].   



[1] Constituição Dogmática sobre a Igreja (Concílio Ecumênico Vaticano II)
[2] Depósito da Fé: Sagrada Escritura, Sagrada Tradição e o Magistério da Igreja.
 

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