O canto do camponês
Por Marcos Cassiano Dutra
Vem cá escuitá o meu
canto,
Canto sufrido e
alegre de quem ama o sertão.
Num sô doutô
diplomado,
Nem sô rico
endinheirado,
Sô apenas um irmão da
roça.
-
Vem cá escuitá a
minha história,
Lembrança curajosa e
modesta de quem ama o sertão.
Num sô escritô,
Nem sô poeta,
Sô apenas o portadô
de vida vivida na agreste.
-
Vem cá, não tenha
medo do pó da terra!
Cê que é da cidade e
ainda num conhece o sertão.
Se na cidade existe
medo e mardade,
Na roça há ainda paz
e respeitú,
Entre us que nas
curva da estrada leva suas vida.
-
Vem cá, e vórte
sempre
Bem-vindo hoje e
amanhã nessa prosa.
Na roça todo o dia é
sempre hora,
De cantá a música da
vida nus acorde da sabedoria.
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